CUNHA, C.; CINTRA, L. (2005, p. 427- 428)

Irregularidade verbal

A irregularidade de um verbo pode estar na flexão ou no radical.

Se examinarmos, por exemplo: a 1.ª pessoa do presente do indicativo dos verbos dar e medir verificamos que:

a) A forma dou não recebe a desinência normal -o da referida pessoa;

b) A forma meço apresenta o radical meç-, distinto do radical med-, que aparece no infinitivo e em outras formas do verbo: med-ir, med-es, med-i, med-ira, etc.

Dar e medir são, pois, verbos irregulares.

Se examinarmos, por outro lado, o PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO dos verbos em causa, observamos que as formas:

a) dava, davas, dava, dávamos, dáveis, davam se enquadram no paradigma dos verbos regulares da 1.ª conjugação; 

b) media, medias, media, medíamos, medíeis, mediam, por sua vez, incorporam-se ao paradigma dos verbos regulares da 3.ª conjugação;

Vemos, assim, que um verbo irregular pode haver determinadas formas perfeitamente regulares.

Observação:

Para mais fácil conhecimento dos verbos irregulares, convém ter em mente o que dissemos sobre a formação dos tempos simples. Executando-se a anomalia que apontamos na conjunção dos verbos dar, estar, haver, querer, saber, ser e ir, a irregularidade dos demais é sempre constante nas formas de cada um dos grupos:

Atentando-se, pois, nas formas de PRESENTE, do PRETÉRITO PERFEITO e do FUTURO DO PRESENTE do MODO INDICATIVO, sabe-se se um verbo é ou não irregular e, também, como conjugá-los nos tempos de cada um dos três grupos.